segunda-feira, 30 de maio de 2011

Entrevistando graffiteiro Denis Sena


 


Nome?
Denis Sena.
Onde mora?
Comunidade Cabula 1, antigo Quilombo e periferia de Salvador –BA
Desde que ano você está envolvido com arte urbana?
Desde 1996, há15 anos
Que motivo o fez buscar o graffiti?
Através de professores de escola pública,amigos e ONG Projeto Cidadão, da qual sou voluntário há 11 anos. Sempre desenhei desde criança e arte me escolheu a ser um artista visual. Hoje me denomino operário cultural, devido a minha resistência em viver da arte.

O que você assina?
Denissena

Assina em crew? Qual e o que significa?
Fiz parte de uma crew chamada Graffiti Contemporâneo, hoje não rola mais, cada um seguiu um caminho.Poucos vivem da arte graffiti. Ainda rola produções coletivas.

Sofre ou já sofreu algum tipo de preconceito por ser graffiteiro?
Sim, vivemos no país que é visível o analfabetismo visual. A educação é a base, pois ninguém nasce com preconceitos, reproduz.

Como foi o processo de evolução para seu estilo, quais são suas inspirações em seus trabalhos?
Sempre desenhando, pintando e produzindo. O tempo é fundamental para chegarmos a evolução. As minhas inspirações estão nas ruas, nas pessoas , na minha fé religiosa e a força da natureza.

E influências fora do graffiti?
Várias, até porque sou um artista visual, não sou apenas um graffiteiro.Exploro diversas linguagens é visível no meu site. Sou inquieto e amo a plasticidade contemporânea. Gosto das pinturas do artista visual Bel Borba, Caribé e Portinari.

Pra você, o que é graffiti?
Expressão de arte urbana. Um grande armavisual, que transforma e revoluciona o mundo das pessoas.

E arte?
Meu sentido de viver.


Trilha sonora inspiradora?
Make Zine ( Música experimental), Jazz, Música brasileira.

Você acha que hoje em dia existe união de grafiteiros entre si? E pichadores e graffiteiros por exemplo? Acha que há limitações de alguns pontos de vista ou aspectos?
  Acredito que sim,por mais que existam as políticas na coletividade, algo natural.
Existem os códigos estabelecidos por ambos,daí surgeo diálogo, regras e a ética.
Eu sei que posso falar de mim,que não sigo limitações, sou flexível. A minha arte educa,pois passo mensagens de reflexões,por exemplo: Hoje,quem mais morre em nosso país são os jovens.
Considero o graffiti como um grande veículo de comunicação e transformação social. 

Desde que você começou, até agora, o que mais mudou e o que continua na arte de rua, em sua opinião?
Há um avanço contínuo nas técnicas, a exemplo das tendências de customização, colagens, o mundo Street art. A evolução de cada artista que resiste e insiste em sobreviver da arte. Pra mim é uma forma positiva de mudança,principalmente, quando vejo diversas intervenções urbanas nos bairros periféricos. As comunidades agradecem!

É possível viver da sua arte, ou você tem que batalhar por fora também?
Sim, é possível, basta ser profissional no que faz.. Fé e amor: ingredientes importantes.

Como imagina o graffiti daqui dez anos?
Na sua devida valorização e sem perder a essência.

Como vê o graffiti no Brasil?
Vejo como um grande avanço e considero uma das principais linguagens da arte contemporânea.
E fora do Brasil?
Linguagem transcendental e cosmopolita.

Segue algum tipo de estilo?
Na minhas produções,exploro figuras humanas e abstracionismo. Icnografias com influências indígena-afros, que representam a minha identidade.

O que você diria para os que estão começando agora?
  Acreditar na arte é acreditar em voar. Sempre em frente!

E o que diria para quem lê esta entrevista?
O que seria do homem sem arte?A arte dograffiti é primeira forma de expressão e comunicação humana,antes da língua falada.Representado através das pinturas rupestres, até hoje são encontrados vestígios no Brasil e no mundo.
Qual a sua intenção ao graffitar?
Dialogar, questionar,provocar,alimentar a minha alma e expressa os meus sentimentos.
Para você o graffiti seria uma evolução da pichação?
Sim. A maioria dos graffiteiros foram pichadores.

Em sua opinião, até onde é pichação e onde começa a ser grafite, ou qual a diferença entre os dois?
    As duas linguagens exploram os diversos suportes encontrados na cidade, os viadutos,encostas,postes,muros, trens e muito mais. Ambos têm identidade,pois as pessoas automaticamente identificam a pichação por exemplo. As tipografias são códigos e são expressões gregárias, que irritam o meio social. Pichação é protesto. Não fui pichador,respeito. A diferença do graffiti  e pichação está na plástica,que advém de formas,linha,cores,figuras,abstração e na escolha.

Acha que graffiti por ser uma arte da rua, quando feito para exposições em galerias, deixa de ser graffiti?
 A essência do graffiti está nas ruas. Acredito que quando está nas galerias e museus passa ser produto  e tornou-se uma tendência mundial. Sigo a contemporaneidade quando toca dentro de mim.


Na opinião o graffiti é algo que vem do hip hop, do gueto, por isso perde um pouco do seu valor quando feito por caras que não fazem parte deste universo?
Considero o graffiti uma linguagem democrática, todos devem ter acesso. É uma expressão, que de fato, nasce nas periferias, está também nos centros urbanos e bairros nobres. O meu conceito é o seguinte: Arte em tudo que é canto!


O que você diria para os que estão começando agora?
  Acreditar na arte é acreditar em voar. Sempre em frente!

E o que diria para quem lê esta entrevista?
O que seria do homem sem arte?A arte dograffiti é primeira forma de expressão e comunicação humana,antes da língua falada.Representado através das pinturas rupestres, até hoje são encontrados vestígios no Brasil e no mundo.

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