domingo, 22 de maio de 2011

Beco do Batman

Uma galeria a céu aberto. É a definição fácil para a Rua Gonçalo Afonso, na Vila Madalena, o Beco do Batman.





Com paredes inteiramente dedicadas ao grafite, sua história remonta à década de 80, quando um desenho do homem-morcego apareceu naquele canto do bairro. A partir daí, estudantes de artes plásticas passaram a cobrir o cinza dos muros com regularidade. “Quando chegamos, em 1985, o lugar estava sujo, deteriorado e sem vida. Passamos a pintar sistematicamente, todas as semanas”, relembra Rui Amaral, autor de algumas das primeiras pinceladas por lá, ao lado do americano John Howard. As imagens são variadas, de letras estilizadas a influências cubistas e psicodélicas. O colorido chamou a atenção da rede de TV e rádio inglesa BBC, que em seu site descreveu o local como cheio de “energia criativa”. 



Apesar de não ser uma galeria formal, o Beco do Batman tem suas regras. Na ética da rua, quem está na parede é o dono do pedaço. Desenhar sem pedir autorização é chamado de “atropelar”. Caso a obra esteja desgastada posso sugerir uma mudança ao dono, ele pode autorizar essa alteração ou ele mesmo a faz. É justamente esse regime de autogestão que fez a fama da rua. “Virou referência de ocupação do espaço público, um lugar criado e conservado pela própria comunidade”, afirma Baixo Ribeiro, fundador da galeria Choque Cultural.






Em três décadas, a viela escondida passou a servir de cenário para fotos de publicidade, festas e passeios turísticos. Quem visita acaba voltando, porque, no muro vivo da Vila Madalena, as cores sempre se renovam.

Entrevista - Gustavo Olivier


A entrevista de hoje é com o Paulista,  Gustavo.

sábado, 21 de maio de 2011

Agência Quixote Spray

A Agência Quixote Spray é uma iniciativa do Projeto Quixote que é uma OSCIP (ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO), sem fins lucrativos e é ligada à UNIFESP. Existente desde 1996 que busca construir com crianças e jovens em situação de risco social, alternativas eficientes através da arte para os desafios cotidianos de suas vidas, como a violência, o abandono, a falta de referências e o abuso de drogas.
No papel de aprendizes, escolhidos entre os adolescentes frequentadores do projeto, eles participam de um programa de Educação para o Trabalho que inclui o desenvolvimento pessoal, o aprendizado de competências básicas para o trabalho e a geração de renda.
O objetivo é despertar e fortalecer em cada garoto e garota uma postura de responsabilidade, iniciativa e autoconfiança. Em paralelo, eles têm a chance de desenvolver competências básicas para o trabalho ligadas à arte e a técnica do graffiti e do break. Este aprendizado acontece através da convivência com jovens profissionais da área, que desempenham o papel de educadores. Em paralelo, os aprendizes reatam seu vínculo com a escola e participam de oficinas pedagógicas na própria instituição. Além de ampliarem seu repertório cultural por meio de atividades e passeios, os aprendizes também recebem retaguarda psicológica e apoio social, que inclui bolsa-auxílio, que se revela uma importante fonte de renda para a reorganização de sua vida.


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Zezão, famoso por seus graffittis no subterrâneo da cidade.


Nasceu em São Paulo, 1971. Autodidata, aprendeu a pintar nas ruas. Especialidades: Pintura abstrata, caligrafia abstrata, instalação, fotografia, vídeo arte. Zezão entra por bueiros e invade os canais de águas pluviais que correm em direção aos rios Tietê e Pinheiros, descobrindo a beleza no monstruoso lixo paulistano.



Por conta da sua vivência, Zezão aprendeu ver beleza onde a maioria das pessoas só consegue ver lixo e desolação.



Surpreendentemente, Zezão faz uma arte popular e carismática. O carisma da sua obra vem da simplicidade com que relaciona o estético e o humano, vem da maneira como coloca o coração na frente das habilidades manuais e intelectuais. Isso é, também, o que torna a sua obra tão contemporânea.


NUNCA, outro graffiteiro de peso do Brasil.



O artista Nunca, 26, começou a graffitar em Itaquera há cerca de treze anos, mas passou a encarar o graffite profissionalmente quando se mudou para o Cambuci e conheceu nomes como Vitché, Speto e os Gêmeos. Já expôs em coletivas no Brasil, como na Fortes Vilaça, e na Grécia, entre outros países. Abaixo uma entrevista feita pelo IG onde Nunca conta de sua exposição solo na Europa.