terça-feira, 17 de maio de 2011

Entrevista - Marcos Vinicius

Mais um entrevista para vocês.






Nome?
Marcos Vinicius


Idade?
21


Onde mora?
Novo Gama - GO (em torno do Distrito Federal)


Desde que ano você está envolvido com arte urbana?
Desde que me conheço por gente, me encontro viajando em sketches, desenhos, ilustrações e tudo que encontro na rua, foi questão de tempo e compromisso e em 2009 parti para a rua.


Que motivo o fez buscar o graffiti?
Minha fascinação por desenho, pelos graffitis na rua, a forma de que eles me atingiam quando os olhava tudo isso me levou a pesquisar muito sobre.
O que você assina?
MUSGO


Por que resolveu escolher esse nome?
Há certo tempo atrás, tinha escolhido outra TAG, mas então fiquei sabendo que existia outro carinha com a assinatura. Buscando por letras que eu tinha mais facilidade e que já usava na TAG antiga cheguei ao nome MUSGO com um certo argumento das cores do graffiti, serem semelhante ao efeito que a natureza faz com o envelhecido preenchendo de musgo.


Assina em crew? Qual e o que significa?
Sim. C.E.U. Conceito Exclusivo Urbano.


Sofre ou já sofreu algum tipo de preconceito por ser graffiteiro?
No começo é até normal para alguns graffiteiros serem reprimidos pela família, falta de apoio. Mas muitas vezes quando estou pintando acontece de algum motorista de carro passar buzinando e gritando, me chamando de pichador.


Como foi o processo de evolução para seu estilo, quais são suas inspirações em seus trabalhos?
 Sigo graffiti em estilo de vida, e o que me influencia é o que eu vivo, sempre me encontro fazendo sketches com algo relacionado com que eu tenha visto ou me impressionado recentemente. Quanto à evolução não trato como que se já evolui, me encontro em evolução sempre, se falando até onde cheguei, posso falar que acompanho o processo de evolução de caras que mandam bem, desde seus primeiros trampos até os atuais. Entre eles posso citar ÔNIO, FINOK, GORDÃO,...




E influências fora do graffiti? 
Fora do Graffiti, me influencio nos quadrinhos de Stan Lee, nas ilustrações de Bruno Motta, e pesquiso muito tattoo.

Pra você, o que é graffiti?

RUA


E arte?
Arte não relaciono apenas a pintura e intervenções urbanas, música, teatro, dança...


Trilha sonora inspiradora?
Um bom rap é essencial no momento do Trampo, já que o Graffiti é um dos elementos do Hip-Hop, eu ainda valorizo essa idéia.


Você acha que hoje em dia existe união de grafiteiros entre si? E pichadores e grafiteiros por exemplo? Acha que há limitações de alguns pontos de vista ou aspectos?
A União prevalece entre nós, assim como todo o Hip-Hop. Já entre pichador e graffiteiro, em minha região não é comum a união, mas muitos pichadores autorizam fazer um trampo em cima do pixo deles, e tudo conversado.


Desde que você começou, até agora, o que mais mudou e o que continua na arte de rua, em sua opinião?
Vejo a evolução de muitos graffiteiros, estilos diversificados, exposições, novas marcas de tinta, esta tudo meio que mais fácil, hoje em dia quem começa acha tudo que precisa pela internet.


É possível viver da sua arte, ou você tem que batalhar por fora também?
Graffiti pra mim não e fonte de renda, mas volta e meia acontece de pintar uma loja, um trampo comercial. Mas trabalhar por fora é sempre bom pra comprar as tintas.




Como imagina o graffiti daqui dez anos?
Imagino muita bugiganga nova pra facilitar ainda mais o graffiti, muitas pessoas que desistiram, outras que começaram e um reconhecimento maior ao graffiti nacional.


Graffiteiros assim como pichadores pintam em muros sem autorização? Comente sobre isso.
Depende do rolê, valorizo muito pintar não em casa dos outros sem autorização, curto pintar em casa abandonada, viaduto, tenho vontade de pintar vagões de trem essas paradas, tudo que caiba uma intervenção legal tô dentro, mas já pintei casa de pessoas sem autorização, não deu muito certo (risos). Daí entra o bom-senso não é porque sou graffiteiro que tenho que pintar em todo lugar que não seja pintado, existe sempre os melhores picos, o muro mais liso ou com rachaduras e portões que vão combinar mais com o trampo. Pintar a casa de uma pessoa qualquer, sempre dá problema e eu prefiro não arriscar, já fui pego umas vezes e não foi bom, e outra, pessoas moram no local, vai eu desenho uma caveira ou sei lá uma santa, e a pessoa da casa não vive aquela crença, o respeito e o senso devem estar além da vontade de pintar no local.


Como vê o graffiti no Brasil?
Muito diversificado e marcado por muita criatividade, falta reconhecimento das grandes mídias e espaço em projetos sociais.


E fora do Brasil?
Fora do Brasil, artistas brasileiros são conhecidos, OS GÊMEOS, FINOK, DOES, BINHO... Sinal de que é isso que esta faltando em nosso país. Fora que lá o graffiti não é separado do autorizado e o ilegal. Tudo é graffiti.


Segue algum tipo de estilo?
Me identifico com vários estilos, já busquei muita tendência, mas tenho preferência em personas e em Freestyle.

Qual a sua intenção ao graffitar?
Presentear a cidade e todas as pessoas que passam pelo local da obra, causar uma reação nas pessoas que verem.
Espera algum tipo de reação? Ou imagina?
Sim. quando é algo não autorizado imagino as pessoas se perguntando, como ele conseguiu pintar ali? E quando é autorizado faço de acordo com o painel, às vezes tem um tema definido.
Para você o graffiti seria uma evolução da pichação?Não, o graffiti é uma forma de expressão e a pichação é outra, do mesmo jeito que eu tenho meu espaço para pintar os pichadores tem o espaço deles.
Acha que grafite por ser uma arte da rua, quando feito para exposições em galerias, deixa de ser grafite?
Considero essas exposições feitas para divulgar trabalhos do "graffiteiro" que são ilustrações, intervenções, graffiti e outras artes ...a exposição do 'graffiti' é feita todos os dias na rua.
Em sua opinião, por o grafite ser algo que vem do hip hop, do gueto, por isso perde um pouco de seu valor quando feito por caras que não fazem parte deste universo?
Pelo contrário, vejo a união de diversos estilos, a banca do rock e do reggae soma em peso no graffiti, e suas culturas fazem com que o estilo e tendências deles sejam diferentes.


O que você diria para os que estão começando agora?
Só para ir atrás do seu trampo, não se iludir com elogios e nem se reprimir com críticas. E se lembrar que nunca você estará num ponto que não se pode mais evoluir, e/ou receber a sugestão de um cara que tem menos tempo no graffiti que você.


E o que diria para quem lê esta entrevista?
 O Graffiti em si é muito discutido, o conceito de cada graffiteiro é gerado a rua e suas experiências, alguns pintam com autorização outros sem, alguns pintam usando tinta látex, outros spray, gosto no graffiti é essencial. Há graffiteiros que grafitam em muros, casas, sem autorização do proprietário.

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